Clei (meu marido) no mês de Junho deste ano começou a sentir-se mal...E isso começou a se tornar uma rotina.
Tinha febre um dia sim e outro não, sentia muito cansaço e fortes palpitações. Procurou um médico e ele simplesmente disse que era um problema de coluna devido à um excesso de peso. O incrivél é que não pediu nenhum exame...
Eta Brasil....diagnosticar um paciente sem nem pedir nenhum exame???
Ele trabalha em uma empresa de telefonia movél e estava no período de realização de exames periódicos da empresa. Passou por um simples hemograma completo(isso mesmo, um simples e único exame de sangue) e então exatamente no dia 23 de Junho ele foi diagnósticado com Leucemia.....
Meu Deus!!! Clei só tem apenas 30 anos e nós só estamos casados a quase dois anos e não temos nenhum filho. O desespero foi tamanho!!!
Ele ficou internado desde então....
E eu abandonei meu serviço para ficar ao lado do meu marido. Pra mim, nada mais importava senão apenas a saúde e o bem-estar dele...
Chorava todo santo dia e todo dia santo. Não conseguia me conformar, mas, comecei a observar que eu era apartir daquele momento a fortaleza dele e eu teria que ser mais forte do que todos os meus medos.
Antes dele ser diagnosticado com leucemia uns dois meses antes, eu estava grávida e acabei perdendo o bebê. Fiquei muito mal, entrei em depressão e todo dia me perguntava o por que havia perdido o filho que tanto queríamos. Mas, hoje entendo o porque que Deus me levou nosso filho... simplesmente por que ele já sabia que teria que me dedicar completamente ao meu marido. Só hoje consigo entender perfeitamente os planos que Deus havia preparado para nossa vida.... e eu agradeço até pelos momentos mais complicados que passei com Clei.
A primeira sessão de quimioterapia pra mim e pra ele foi horrivél, pois, sabíamos que o cabelo dele iria cair. Eu tentava prepará-lo todo dia para que ele pudesse aceitar da melhor forma possivél. Quando começou a cair, depois do 14º dia pós quimioterapia foi super complicado. Ele no banho percebeu que o cabelo caia com um simples toque de suas mãos e isso foi desesperador pra mim, pois, ele chorava muito e não se conformava.
A irmã dele (Anne) veio de Belém-Pa para me ajudar um pouco. Eu não tirava os pés do hospital e não abria mão de sempre estar do lado dele sempre...
Com a chegada da irmã dele decidimos em conjunto que seria a hora de raspar os cabelos....
Eu não tive coragem de ficar e ver a parte na qual ele tinha tanta vaidade se disfazer então saí um pouco para resolver pendências que haviam.
Minha mãe e minha cunhada então fizeram de um momento de tortura o momento mais engraçado para ele...
Literalmente fizeram um festa na cabecinha dele..... e não é que ele gostou do novo corte de cabelo. Pra mim, foi meio estranho mas, depois achei meu príncipe um gatão...
Continua...